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Por que sua marca precisa de uma Persona

Em tempos de humanização e valorização das relações humanas em meios tecnológicos e digitais, especialmente se a empresa oferece produtos ou serviços cuja operacionalidade e produtividade exijam interações mais diretas com o cliente, como ocorre em contextos delimitados por ambientes de inteligência artificial por meio de uma URA, Chatbots ou Assistentes Virtuais, por exemplo, é importante considerar a possibilidade de se criar uma Persona que represente as características da marca a fim de possibilitar o correto gerenciamento da comunicação entre humano e não-humano.

O ideal é que essa Persona em ambiente artificial expresse padrões de comportamentos próximos daqueles próprios de uma pessoa humana em ambiente terrestre, como por exemplo: as ações ou atitudes características de uma personalidade humana; seus modos de perceber o mundo à sua volta; maneiras pelas quais expressa sentimentos; e as possibilidades de direcionamento de vida profissional, ou pessoal, na cultura.

A justificativa para se pensar nesses atributos relacionados a uma pessoa e transferidos metaforicamente a um ser virtual incorporado por uma Persona ocorre porque os seres humanos, em seu processo de interação e comunicação natural, experimentam imagens mentais que, na verdade, são parte da evidência daquilo que se entende por real, formado por dedução de algo representado. Ou seja, o cérebro humano cria inferências a partir de simples características captadas pelos órgãos do sentido e essas são representadas pela atividade de certos neurônios específicos.

Isso quer dizer que nem mesmo as cores, ou as luzes que vemos, ou os sons que ouvimos, estão nos objetos com os quais interagimos, à nossa volta. Parece que tudo aquilo que descrevemos ao ver, ouvir ou sentir são, todos, ilusões e representações cerebrais do que realmente existe fora de nossa mente. Se as percepções são representações, logo, é possível entender o resultado das percepções como sendo um conjunto de hipóteses.

A percepção humana aposta nessas representações e hipóteses a partir de evidências do que possivelmente sejam verdades ou prováveis verdades. Sendo assim, os fenômenos e as inferências feitas a partir desses, de um modo geral, necessitam ser interpretados para que signifiquem algo. Hipóteses são formadas a partir de pistas presentes no meio, somadas a quaisquer experiências prévias que tenhamos a respeito do objeto dessas hipóteses. Essas experiências podem ser transmitidas a partir de um código genético, ou aprendidas por meio da experiência de vida individual de cada ser humano. Esse modo de encarar a percepção humana está relacionado ao fato de que sem informação proveniente do ambiente, sobre o que acontece em um determinado tempo e espaço por exemplo, o funcionamento da mente humana estaria impossibilitado.

Pode ser isso o que acontece quando se propõe que formas geométricas específicas indicam algo sobre a personalidade de um indivíduo quando se diz que alguém é “mais quadrado”, por exemplo. Também pode ter sido este o motivo das tentativas de classificar as características temperamentais humanas ao comparar sua fisionomia a de animais. Parece que o argumento para este tipo de comparação obedece a uma lógica própria em que se um determinado animal representa certos valores na cultura humana, como por exemplo o boi está para força, ou a raposa para esperteza; logo, um indivíduo humano cuja fisionomia reflita visualmente as formas físicas de um animal, ativará imagens mentais representativas dessa relação, implicando em uma possível diagramação de sentidos. Isso irá possibilitar a metáfora por meio da qual se pode equiparar o homem ao animal etc.

Por essas razões é possível, útil e apropriado reproduzir o comportamento humano a partir de uma Persona virtual já que se parte do pressuposto de que o funcionamento da percepção humana ocorre por inferências de valores, hipóteses e metaforizações de informação devidamente manipuladas para produzir sentidos e significados, e esses podem viabilizar os processos de comunicação natural e artificial.

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