imagem6cb9e0207af5a1b3a8fa

A relevância no uso de Personas em ambientes de Inteligência Artificial (IA), como URAs e Chatbots, para representar uma empresa ou marca

A importância na elaboração de Personagens específicas, conhecidas como Personas, que sejam capazes de reproduzir e manter características humanas quando uma determinada empresa interage com seu cliente, decorre do fato de que o ser humano entende melhor e se comunica mais eficazmente se suas relações forem intermediadas pela imagem humana, mesmo que em meios digitais ou virtuais.

Talvez seja por isso que os meios audiovisuais, como o cinema e a televisão, tenham ganhado tanto destaque e importância nos últimos tempos. Foi pelo uso e promoção da imagem humana, por meio das estrelas e astros de cinema, que a indústria e o comércio foram alavancados atingindo proporções globais. A vinculação entre o produto e determinada imagem de uma celebridade, especialmente a imagem do rosto, parece facilitar a empatia, o acesso, o interesse e a confiança que o cliente possa ter ao produto ou marca veiculada.

Esse fato vale também para as práticas de pós-venda, ou pós-contratação de um serviço, como tv a cabo ou telefonia celular, por exemplo. A prática atual de criação das URAs mais humanizadas, como por exemplo aquelas gravadas com vozes de atores e atrizes reais, ou ainda pela criação de um avatar detentor de características físicas e psicológicas humanas, cuja vida se limitará ao ambiente virtual, parece justificar essa demanda pela necessidade constante da presença humana, via imagem humana.

A aplicação da imagem humana atrelada a produtos e celebridades, além de promoverem o mundo dos negócios, tem resignificado o modo como as pessoas interagem em seu dia-a-dia, desde as relações familiares até as relações entre consumidor e marca, por exemplo. Talvez, por isso, com o avanço da tecnologia da informação, uma atenção maior esteja sendo dada à necessidade de se criar mecanismos tecnológicos capazes de auxiliar os humanos na tarefa de interagir e resolver problemas, vender, e informar. Daí a necessidade de as empresas estarem antenadas nessa tendência tecnológica atual e acompanharem o desenvolvimento dos modernos Chatbots e Assistentes Virtuais.

imagemd6c28d83e4759ab39dab

Persona de Atendimento: por que criar uma para sua marca e como fazer isso?

Quando se fala em Persona, muitas pessoas pensam logo em Persona da marca, a famosa Brand Persona, aquela comumente criada por agências de marketing e publicidade. O que se espera também é que a Persona da Marca dê conta de representar toda a parte de comunicação da empresa que vai desde a imagem visual, ideologias,
objetivos etc. Mas, felizmente, isso já não funciona mais dessa maneira, ou pelo menos não precisa mais ser assim! Mas como?

Por meio de pesquisas recentes, especialmente aquelas feitas de modo científico e acadêmico, envolvendo estudos sérios no campo da Comunicação, comportamento humano e da Psicologia, comprovou-se que as pessoas só conseguem interagir de modo eficaz e produtivo se forem capazes de se perceberem e se reconhecerem em seu interlocutor e se esse for (de modo real ou imaginário um outro humano). Essa é a tal da tão famosa “empatia”. Ou seja, se você não conseguir estabelecer empatia com seu interlocutor, provavelmente, não vai estabelecer uma boa comunicação com ele. Sua marca (ou produto) não é um ser humano, certo? Pois bem, como garantir que tanto ela, quanto seus produtos, interajam da melhor maneira possível com seu cliente, promovendo mais vendas, resolução de problemas, ofertas etc? Um dos modos possíveis é criando a Persona de Atendimento!

A Persona de Atendimento deve ser um reflexo da Persona da Marca, compartilhando de seus valores, visão e missão. Imagine que essa Persona (a de Atendimento), se fosse humana, deveria se comportar como se fosse um colaborador(a) de sua empresa. Portanto, apesar de ser uma persona diferente, deve ter os mesmos objetivos de sua marca. E, além disso, a ela deve ser transferida a responsabilidade de interagir mais diretamente com o cliente, mantendo um relacionamento mais pessoal e personalizado. Como isso pode ocorrer?

Um jeito bastante eficiente, e cada vez mais popular hoje em dia, é criar uma Persona de Atendimento usando a tecnologia. Foi daí que surgiram os atendentes virtuais, muito usados em empresas de telefonia, TVs por assinatura, bancos e outras. Os motivos que levaram ao uso da tecnologia foram vários: desde a procura por mais rapidez no atendimento, até economia e lucro da empresa. Percebeu-se que o atendimento feito por um atendente virtual (um robô) realmente funcionava, e daí sua evolução resultou naquilo que se conhece hoje como “humanização da tecnologia”. Oras, a ideia era fazer um robô que, na forma de um atendente humano, fosse capaz de se comunicar com um cliente humano. Para isso, esse atendente-robô deveria ter uma voz, um discurso e até mesmo uma aparência própria, caso ele fosse aparecer em canais de atendimento como: sites, redes sociais ou em um chat.

No início desse texto falou-se sobre a necessidade humana de gerar empatia para garantir uma boa comunicação, certo? Pois bem, essa regra humana é essencial no funcionamento de um atendente virtual. E como garantir que isso aconteça? Por meio do design de uma Persona de Atendimento. É ela que vai garantir que a tecnologia seja humanizada a ponto de não causar estranhamento nas pessoas, que serão os usuários dessa tecnologia. Afinal, muitos clientes têm até receio de pensar que estão conversando com um robô, e isso atrapalha muito o bom relacionamento desse cliente com sua marca e produtos. Todos sabemos que o sucesso (ou possível fracasso) de um negócio depende em muito de sua habilidade de se relacionar com seu público-alvo, e destacar suas respectivas vantagens em relação a outros concorrentes no mercado.

Sendo assim, seu atendimento deve estar ancorado em uma Persona, capaz de reproduzir: valores humanos, comportamento, linguagem, aparência, voz, personalidade e outras características inerentemente humanas!

Tanto o mercado quanto a ciência sabem que é a imagem humana (em todos os seus aspectos: visuais, textuais, audiovisuais) a responsável por traduzir os desejos, necessidades e expectativas que envolvem tanto sua marca quanto seus produtos e consumidor. Para isso, a Image Thinking (empresa especializada em comunicação e linguagem com foco em Persona e Humanização) desenvolveu uma metodologia única, também nomeada de IMAGE THINKING, capaz de executar em uma Persona de Atendimento três pilares básicos da interação humana: a Personalidade, a Linguagem e a
Imagem. Por meio da ciência conhecida como Diagramação Semiótica, a metodologia consegue traduzir as informações que regem a percepção humana, manipulando valores e características biopsíquicas humanas. Como resultado, a Image Thinking criou variáveis chamadas de HUMANS. Com isso, o método Image Thinking produz a Persona de Atendimento, renomeada de Human Customer Care (dentre outras três Personas: a Human Brand; a Human Consumer e a Human Matching). Acesse o site (www.imagethinking.com.br) e saiba mais sobre essa metodologia revolucionária, baseada em pesquisas acadêmicas e científicas, além de muita prática de mercado.

imagem78397ec64c0f2932494b

A Imagem humana por meio de Avatares: código essencial de linguagem para sua marca, produtos e atendimento

Marcas, seus produtos e seus modo de atendimento são todos grandes textos: visuais, verbais, verbo-visuais e audiovisuais que carregam uma carga grande de significados e intenções, dirigidos a clientes e fornecedores, por parte de seus proprietários. Esses textos se tornam sistemas referenciais que vão ser usados para diversos fins, como por exemplo: campanhas de publicidade, ações de marketing, comunicação institucional,  personas para jornadas de CX e UX, textos de URAs usadas em atendimento telefônico e virtual etc.

As marcas mais famosas e bem sucedidas utilizam de várias estratégias a fim de produzir esses textos que serão os responsáveis por promover e estimular sensações nos consumidores e clientes. Exemplos disso são os slogans publicitários, o Brand name de determinada marca, os usos de imagens variadas que tem como objetivo, juntamente com os slogans e nomes, despertar sensações e desejos que atrairão o público alvo.  Quando se trata do mercado de beleza, cigarros, alta costura e cosméticos a manipulação de imagens fica bastante evidenciada. Marcas como Chanel, Calvin Klein e Marlboro são excelentes cases deste tipo. Várias conotações eróticas e sensuais são levadas ao consumidor, criando-se simbologias próprias para isso. É o que ocorre quando se utiliza frutas, com suas variadas cores, texturas e formas, para produtos e marcas de cosméticos; associando-as a partes do corpo feminino ou masculino, por exemplo, para tratar de temas como virilidade, juventude e feminilidade. Também o uso de sons específicos para vender produtos alimentícios, como ocorre com a Kellogg’s,  muitos deles criados em laboratórios de som e imagem, cuja intenção é explorar a sinestesia (que trata da associação e cruzamento entre diversas sensações corpóreas).

Tais exemplos mostram que tanto imagens como sons específicos são usados para criar significados associativos para marcas e produtos, e o mais curioso é que na maioria das vezes eles estão relacionados diretamente com a imagem humana. Ou seja, usam-se elementos não humanos como: frutas, sons, formas, aromas, cores etc; a fim de se criar códigos e modelos de significados que consigam exprimir valores e sensações por meio da imagem humana. Mas qual o porquê deste processo?

Isso só é possível e ocorre porque no final das contas não são as frutas, sons, cores e formas que atingem os sentidos do consumidor, mas sim a  tradução desses por meio de relações de significados construídas por meio da imagem humana – é ela que vai consolidar os símbolos, veicular a informação e alcançar a percepção do usuário e/ou consumidor (humano). Não é à toa que grandes empresas como Amazon, Apple, e Banco Bradesco tenham seus avatares próprios, com personas humanizadas, cuidando da comunicação e interação com seus clientes por meio da Alexa, Siri e Bia.

Por esta razão os avatares criados para simular humanos são aqueles que mais causam impacto e promovem mais interação entre as marcas, seus produtos e usuários. A lógica para se entender esse processo é a de que imagens visuais e rostos humanos facilitam a memorização e o poder de associação mental. Até mesmo as redes sociais se beneficiam desta estratégia, pois junto ao perfil descritivo de um usuário existe sempre uma foto daquele usuário, uma espécie de identificação e validação sobre aquela pessoa. Dificilmente alguém vai adicionar um “amigo” virtual sem foto, ou alguma imagem que lhe represente, à sua rede pessoal ou profissional. Muitas vezes uma imagem fala mais que mil palavras, literalmente!

Este processo é aquilo que se pode chamar de “lógica poética”, centrada em construções metafóricas responsáveis por redes inteiras de significação e inferências: os diagramas signicos! Especificamente falando de avatares versus a imagem humana, essas redes de significados lógico-metafóricos podem ser ferramentas muito úteis para as marcas conseguirem se posicionar mais assertivamente no mercado, atingindo mais facilmente e eficazmente seu público-alvo. Por isso, é muito mais fácil para um usuário interagir com uma URA controlada por inteligência artificial, por exemplo, que consiga transmitir em sua interação as características humanas próprias de uma pessoa de verdade, com voz, sotaque, temperamento, personalidade, carisma etc. Mais fácil ainda fica essa interação se o consumidor conhece a “imagem humana” por detrás daquela voz, literalmente retratada por um avatar cujas características reflitam sua empresa, marca ou produto.

O que parece complicado é como fazer essa humanização: traduzir valores, características, formas físicas, expressões linguísticas, personalidade, aparência etc de uma pessoa “ideal” para  o avatar de determinada marca. Pois bem, isso pode ser feito de duas maneiras: baseando-se pura e exclusivamente na intuição, o que funciona bem e é o modo como agências de marketing e publicidade têm feito. O problema de se fazer assim é que não há como justificar as escolhas, para determinado avatar. É tudo resolvido de modo empírico, apenas. E daí, quando a empresa muda de agência, tudo costuma mudar, já que o trabalho fica muito a cargo da percepção e capacidade intuitiva de cada um responsável pelo projeto de humanização. Outro jeito, que tem funcionado muito e garantido maior assertividade é realizar a humanização por metodologias específicas, que dêem conta de manipular percepções via padrões culturais de comportamento humano; garantido que toda a ação, sensação e direcionamento do Avatar esteja em conformidade com os valores, visão e missão de sua respectiva marca, empresa ou produto.

 

Autor: Leandro de Loiola

Ph.d em Ciências da Comunicação – USP

CEO – Image Thinking

 

Referências:

DANESI, M. Brands. New York: Taylor & Francis Inc., 2006.

IMAGE THINKING. www.imagethinking.com.br, São Paulo, 2019.