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O que os algoritmos têm a ver com a criação de persona?

Dito de maneira bem simples e direta, só é possível criar ou fazer design de Persona por meio do uso de algoritmos – seja essa Persona desenhada para atuação nas áreas de Marketing e da Publicidade, ou aquela desenvolvida para aplicação em canais de atendimento intermediados por ambientes de inteligência artificial, como: URAs, Chatbots, Agentes Virtuais etc.

Para este ponto de vista, adoto a definição comum para algoritmo como sendo: uma espécie de conjunto de regras, modelos, instruções e etapas a serem obedecidas e realizadas a fim de se executar com sucesso uma determinada tarefa, ou resolver um problema; que pode incluir desde o desenvolvimento e processamento de um software na área da computação, regras de um jogo, até o desenvolvimento de uma metodologia de pesquisa científica específica e sua aplicação.

Ao criarmos ou executarmos determinada tarefa por meio de algoritmos, estaremos praticando o que se conhece, na área da Semiótica da Cultura, por Modelização. Ou seja, a capacidade de se estabelecer modelos, regras, relações e conexões a partir de informações que serão traduzidas em significação (ou novos signos) que, por sua vez, resultarão em outras e diferentes formas de organização e estruturas, linguagem e comunicação.

No que se refere a Personas, seu objetivo e necessidade principal, independentemente de sua aplicação, uso e canal, devem estar relacionados à necessidade que uma determinada marca – ou empresa – tem de caracterizar e registrar seu funcionamento atual na cultura, o que inclui: seu posicionamento, tom de linguagem, ideologia, missão, valores, atuação e direcionamento no mercado etc, a fim de que essa Persona funcione como intermediadora e facilitadora do processo de relacionamento da marca com seu público-alvo e clientes. Por outro lado, para que esses fatores surtam o efeito de representar a marca com sucesso, e atinjam os objetivos para os quais foram criados, essa Persona deve ser capaz de refletir a imagem humana entendida como processo semiótico.

O que isso quer dizer? Em outras palavras, determinadas funções e aspectos que, a priori, não são naturalmente humanos deverão ser humanizados. Caso contrário, não se produzirá a empatia necessária para se estabelecer rapport entre a marca ou entre a inteligência artificial existente em seus canais de atendimento, e seus possíveis usuários; causando falhas de comunicação que poderão levar a interação entre humanos e não-humanos (no caso uma marca, por exemplo) à ruína.

Essa necessidade de humanizar o artificial ocorre pois o ser humano precisa manipular as informações disponíveis no ambiente à sua volta, traduzindo-as por meio de sua própria percepção acerca daquilo que entende e decodifica sobre si mesmo e, consequentemente, reproduzir essa percepção em seus produtos. Daí a importância de se criar algoritmos específicos que funcionem como tokens, ou códigos, possibilitadores de aplicação de determinadas regras convencionadas via cultura, viabilizadoras da percepção humana, já que as Personas devem ter sua ação delimitada a partir de sua inserção em determinado espaço cultural, o mesmo destinado ao indivíduo humano nativo daquela cultura.

Esses tokens podem ser: cores, números, formas geométricas, palavras, diagramas, sons etc. Ou seja, tudo aquilo que possa ser transformado em código aplicável por meio de regras algorítmicas.

Por isso, a recomendação é que Personas sejam geradas a partir de metodologias específicas, pensadas e desenvolvidas para serem aplicadas por meio da utilização de algoritmos semióticos culturais, os quais são modelizadores de padrões, características e comportamentos humanos; possibilitando o que chamo de manipulação da imagem humana – ou Image Thinking.

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